Prezados
leitores e seguidores deste meu blog. Neste curto artigo, saio um pouco
da linha de artigos de memórias, ou de curiosidades para, aproveitando o
momento, falar sobre uma violenta agressão que sofri (na verdade que
todos nós sofremos) na semana passada e continuaremos sofrendo nestes
dias seguintes.
A
coisa já estava feia há muito tempo, sabemos. Mas sempre tivemos aquela
pontinha de esperança num ou noutro homem público que, em meio ao mar
de lama que se estabeleceu nos bastidores da administração pública
brasileira, essa verdadeira epidemia de amoralidades, aqui e acolá,
demonstrasse um mínimo de patriotismo, de coragem cívica, perante as
coisas erradas e mal feitas que se lhes apresentam. São pouquíssimos, é
bem verdade, aqueles que se enquadram nesse já reduzido e limitado
círculo de figuras públicas em quem podemos depositar alguma esperança.
Uma dessas pessoas era o senador DEMÓSTENES TORRES.
Um ex-procurador de estado, ex-delegado, ex-Secretário de Segurança
Pública e que, daqui a uns dias, será, também, um ex-senador, ele era
aquela figura que representava para mim e, talvez, para milhões de
outros brasileiros, um célebre representante desses pouquíssimos homens
públicos a que me referi no parágrafo anterior, quando, para nossa
estupefação, eclodiram escândalos resultantes de escutas telefônicas e
investigações da polícia federal.
Justamente ele, DEMÓSTENES TORRES,
o arauto da decência, da indignação com a corrupção não era um homem
público, mas um fantoche a serviço de um poderoso bicheiro, um reles
intrumento do jogo de azar e, quem sabe, por tabela, da desgraça de
tanta gente, de tantas famílias e tantas vidas ceifadas pelo o tráfico e
pelo contrabando, atividades geralmente associadas aos jogos de azar!
Ele
foi investigado, filmado, fotografado e pilhado defendendo, pasmem, no
Senado(!) os interesses do bicheiro, do caça-niqueleiro Carlos
Cachoeira! Os detalhes das escutas telefônicas estão apenas no começo,
mas já são o suficiente para deixar-nos todos estarrecidos. Cachoeira,
neste episódio, dá um banho em seus concorrentes!
Ele próprio já teria dito a assessores: “Estou morto politicamente!”
E já teria recorrido ao socorro de quem? A Sarney, Renan Calheiros e
outros figurões contra quem se posicionara de forma corajosa, agressiva,
politicamente correta, em outros escândalos, igualmente tristes e
desalentadores. Demóstenes Torres era temido pelo seu destemor, pela sua
firmeza de discurso ético e moralizador, pelo seu preparo técnico para
enfrentar as raposas da “Casa Alta” do Congresso Nacional.
(Abro parênteses, aqui, para citar uma explicação debochada de um internauta em http://www.recantodasletras.com.br/humor/2936328 a respeito do significado desses termos “Casa Alta” (Senado) e “Casa Baixa” (Câmara dos Deputados”. Diz ele: “A
Câmara dos Deputados é a Casa Baixa, porque lá rola BAIXARIAS. E o
Senado Federal é a Casa Alta porque lá rola ALTAS BAIXARIAS.”
Com suas atividades subterrâneas agora reveladas, DEMÓSTENES TORRES desferiu um forte e quase mortal soco em nosso estômago, e atingiu nosso órgão mais vital: NOSSA ESPERANÇA! Foi quase
um tiro de misericórdia. Sua atitude, agora descoberta, é muito pior que
aquela dos fraudadores de licitações. Nas licitações a consequência é
quase somente patrimonial, ainda que o fruto de falcatruas em licitações
também atinge indiretamente os serviços essenciais de saúde e educação
que o poder público deveria prestar em melhor qualidade!
Nas
ligações com a contravenção, com o crime organizado, com o tráfico de
armas, de drogas ou qualquer outra atividade ilícita, a coisa é muito
mais séria, porque revela um Estado ajoelhado ante esses meliantes,
contaminado, canceroso em estado avançado e com metástase em quase todos
os órgãos! Saber que o crime está muito mais infiltrado do que
achávamos no executivo, no legislativo e no judiciário é desalentador!
A
decepção com DEMÓSTENES TORRES é algo comparável a nós descobrirmos, de
repente, que as figuras humanitárias da irmã Dulce ou a Madre Tereza de
Calcutá, ao invés de fazerem o que realmente se achava que faziam
(caridade, altruísmo, ajuda humanitária a enfermos, miseráveis,
famintos, doentes e órfãos), na verdade fossem umas marafonas de quinta
categoria, ou, pior ainda, que elas desviassem os alimentos e dinheiro
que recebiam em doações para suprir um supermercado que mantinham em
nome de laranjas!
Perdoem-me o exagero da comparação, mas não há algo tão grave a se comparar!
Sou ingênuo o suficiente para usar a expressão “quase mortal” para adjetivar o “soco em nosso estômago”, porque sei que a esperança é algo que se regenera e recrudesce de tempos em tempos. Ai de nós se não fosse assim!
kkkk.... Foi hilário, de fato.Viajei no tempo e senti saudades desta e de outras aventuras da época."Gemogê", je continuê acredité en seu francês"(kkkk).
ResponderExcluirSenti saudades do nosso amigo Yvens e do abraço que conseguimos dar nele, quando chegamos à casa de sua namorada. Inesquecíveis aventura e noite.LU