FLEXIBILIZAÇÃO DO OURO DE TOLO

Vou contar uma história verídica.

Um amigo meu perdeu o emprego depois de trabalhar para uma empresa por quase trinta anos. Excelente empregado, vestia a camisa da empresa, era prestigiado, reconhecido pelo seu excelente trabalho. Ironicamente, perdeu o emprego por culpa da legislação que protege o emprego! Como assim?
Após tantos anos de trabalho, e já ganhando um salário de causar inveja a muitos, tornou-se caro para a empresa. As empresas, se alguém não percebe isso, sofrem as consequências dos altos e baixos do mercado, dos negócios, da economia, das vendas….!
A empresa gostaria muito de manter aquele empregado que tanto lhe ajudou (e que tanto foi ajudado pela empresa também!). Mas, como ninguém é insubstituível e as empresas fazem contas, o empregado foi demitido e substituído por outro pela metade do salário desse amigo – um salário, ainda assim, muito bom!
O empregado reconhece que tornou-se caro demais e até gostaria de poder negociar com a empresa para passar a ganhar menos em troca de manter seu emprego. A empresa também gostaria muito de poder negociar com ele uma redução de salário para mantê-lo. Afinal investiu muito em sua qualificação e no vínculo de afetividade empresa-empregado.
Mas….. nossa legislação “protecionista” não permite a redução de salário, salvo negociação coletiva (lá vem a pelegada dos sindicalistas querer negociar vantagens para todos os empregados, inclusive para beneficiar os maus empregados!). E isso foi alçado ao status de norma constitucional, ou seja, algo equivocadamente engessado e inflexível, o que significa uma dificuldade enorme de ser mudado, dado o processo legislativo do poder constitucional reformista.
E ainda tem gente que acha que, em todos os aspectos, nossa Constituição foi um “avanço”. Para as características do mundo atual, ainda há presentes, ainda há cavalos, ainda há gregos e ainda há troianos!
A verdade é que nossa Constituição, em alguns aspectos representou, mesmo, os interesses de estamentos sociais mais influentes, mais organizados (militares, funcionários públicos, sindicalistas, políticos, magistrados, etc.), agraciados por um congresso constitucional clientelista, populista, e recheado de figuras que, hoje, estão presas, ou sendo processadas por diversos crimes, em que muitos se mantém e vão promovendo as mudanças oportunistas que os mantêm no poder!

VOLNEY AMARAL

Comentários