Advertência: contém assunto e linguagem inadequados para menores de 12 anos.
Numa roda de conversa de homens em que se contem piadas, é sempre provável que surja uma sobre exame de toque de próstata.
Numa roda de conversa de homens em que se contem piadas, é sempre provável que surja uma sobre exame de toque de próstata.
O câncer de próstata, "privilégio" somente dos homens, é um dos mais insidiosos e cruéis, porque silencioso e traiçoeiro, afetando e matando milhões de pessoas no mundo. Isso induz à necessidade de todos os homens, a partir dos 45 anos, terem que se prevenir ao câncer de próstata, submetendo-se a um constrangimento dessa monta.
A medicina avançou em várias áreas, mas, em termos de precisão na detecção de alterações preocupantes na próstata, para a infelicidade dos homens, parece ainda estar na era medieval. É que somente o exame de toque de próstata, em conjunto com o PSA (através de exame de sangue), pode-se diminuir de forma assaz, a possibilidade de erro no resultado do diagnóstico.
O exame consiste na apalpação da próstata, uma glândula que se enconde abaixo da bexiga, perto da parede do reto, segmento final do intestino, e que só pode ser alcançada por esse, digamos, esse "atalho" indesejável do ânus.
Então, no exame, o médico introduz o dedo no ânus do examinado e tateia, ou massageia sua próstata à procura de alterações de seu tamanho e consistência, e da presença de nódulos. Só então, busca outras formas, se necessárias, de aferição da situação para o fechamento de seu diagnóstico.
Então, no exame, o médico introduz o dedo no ânus do examinado e tateia, ou massageia sua próstata à procura de alterações de seu tamanho e consistência, e da presença de nódulos. Só então, busca outras formas, se necessárias, de aferição da situação para o fechamento de seu diagnóstico.
Há quem goste ou quem não se importe desse tipo de exame. Mas, de uma forma geral, os homens abominam a ideia de ter que se submeter a algo que sua cultura masculina conceitua como humilhante, ultrajante e que mexe com o conceito de masculinidade de muitos. Mas os homens ficam entre a cruz e a espada. Afinal o que é melhor: manter a saúde ou a pose?
Conta a história que, certa vez, determinado paciente, muito conservador e machão convicto, com o avançar da idade e vendo triunfar sobre suas convicções heterossexuais o medo de contrair um câncer de próstata, a muito custo e incentivo da esposa e dos amigos, resolveu ceder àquela "tentação compulsória" de levar uma dedada medicinal. É isso: na cabeça do homem o toque de próstata é uma dedada, um estupro consentido, e não um exame!
Para tranquilizá-lo e encorajá-lo, seus amigos prestavam depoimentos estimuladores, dizendo que o médico nem sempre faz o exame de toque retal na primeira consulta; falavam que, na primeira consulta, o médico iria fazer apenas algumas perguntas, depois passaria alguns exames e só depois, numa segunda ida ao consultório, dependendo do resultado do exame, é que o médico realizaria a tão pouco sonhada invasão pela retaguarda, se fosse o caso.
Isso o tranquilizou um pouco, afinal, os exames que precederiam esse momento indesejável, poderiam ser favoráveis e reveladores de sua higidez prostática. Mas, ainda assim, ele foi ao médico com receio de o pior vir a acontecer.
Ademais, em seu íntimo, ele jurou que, na hora H, ele não abriria, nem a pau, para aquele carrasco de jaleco branco e estetoscópio ao redor do pescoço realizar seu exame, prometendo a si mesmo fazer toda a força mental e física do mundo para manter seu ânus fechado e, destarte, virgem, até que o médico desistisse.
Chegou o dia da consulta. Na frente do médico, suando frio, ele tremia nas bases e evitava olhar para o doutor. Contentava-se em fitar o porta-retratos com a foto da família do médico, ou com um detalhe da decoração do consultório.
O médico, também, sem sequer olhar para o rosto do paciente, fez perguntas protocolares e cadastrais, para enriquecer sua base de dados etiológicos e, com eles, alimentava seu computador, digitando as respostas articuladas pelo paciente.
O médico, também, sem sequer olhar para o rosto do paciente, fez perguntas protocolares e cadastrais, para enriquecer sua base de dados etiológicos e, com eles, alimentava seu computador, digitando as respostas articuladas pelo paciente.
Com o passar do tempo naquele primeiro encontro com o médico, o paciente já começara a ficar um pouco aliviado, lembrando do que falaram seus amigos a respeito da primeira consulta, e ele já antevia que estava mesmo fadada a ser como aquela primeira etapa a que seus amigos se referiram para encorajá-lo.
Mais tranquilo, chegou até a imaginar: "Ele agora vai passar uns exames. Se Deus quiser, esses exames vão dar 'negativo' e eu nunca mais tenho que pisar meus pés aqui!". Estava convicto de que já tinha se arriscado demais só em aceitar ir ao médico contra sua natureza e vontade.
No entanto, ao terminar as perguntas, o médico, apontando um dedo indicador longo e robusto para a maca de exames e disse, com um tom de voz semelhante ao um sargento falando para os recrutas:
- Deite-se naquela cama e baixe as calças até o joelho!
Ele sentiu uma vertigem tão forte que empalideceu. Chegou a pensar: "E os exames que ele ía passar para eu fazer?" Mas resignou-se, porque tinha uma carta na manga: o trato que, intimamente, fizera com a última fronteira de seu aparelho digestivo para "não abrir nem a pau, na hora H".
Posicionou-se, conforme orientado pelo médico. Cerrou todos os olhos (todos mesmo!) e mordeu os lábios, esperando o pior. Mas mantinha acesa a fé do acordo que fizera consigo mesmo.
O médico, numa frieza e impessoalidade aterrorizantes, calçou na mão direita uma luva de látex, untou o dedo médio com um gel cuja aparência sugeria estar bem frio e, fingindo estar olhando para o vazio, direcionou sua mão para as nádegas do incauto paciente.
Nesse momento, o médico ainda teve a consideração de avisar:
- Eu vou introduzir meu dedo médio para fazer o exame. Relaxe, por favor.
O paciente, em completo estado de stress e com todos os músculos do corpo, especialmente os glúteos, completamente retesados, montou posição de defesa, entrincheirando-se na maca e prendendo a respiração.
Entretanto, quando o insensível do médico encostou a ponta do dedo médio nas rugas formadas pelo esfíncter do miserável paciente, o ânus dele reagiu e relaxou e não ofereceu mais nenhuma resistência, dando passagem não só à ponta, mas também à falange, à falanginha e à falangeta do dedo médio do doutor!
A única coisa que ele conseguiu pensar naquela fração de segundos foi: "Médio uma porra: king size!", referindo-se ao tamanho do dedo do médico.
O médico, nos dez segundos seguintes que, na agonia do paciente, duraram eternas horas, completou seu mister e retornou à sua banca, dispensando a luva no lixeiro ao lado da maca.
Desolado e morto de vergonha, o paciente ainda permaneceu alguns segundos na maca e, como se conversasse com seu próprio ânus, pensou: "Não foi isso que combinamos, seu traidor desgraçado!".
VOLNEY AMARAL
Obs.: a história narrada neste texto é de ficção, baseado no anedotário popular.
Puta merda Volney, eu já estava sem coragem de enfrentar o vigarista, malfeitor, bandido, cabra safado, etc e você ainda faz isso? tô lascado, e agora? Pior, acho que mais cedo ou mais tarde vou ter de encarar aquela maca, isso porque ainda nem pensei no dedão estuprador. kkkkkkkkkkkkkk
ResponderExcluirKKKKK Círio! São nessas horas que a gente vê quem é machão mesmo! KKKKKKK
ExcluirKkkk! Homens vces são sexo FORTE. Aguuuuentem. Afinal nós mulheres em nosso preventivo suportamos: especulo com sua abertura, pinçs. Acidos, tituras de iodo, além do dedo do ginecologista. E aí vamos trocar de posição????
ResponderExcluirEsse comentário é de minha amiga Tatai, excelente gineco-obstetra... PAra quem gosta (ou é mulher) deve ser bom... Aceito não... obrigado...rsrsrrss
ExcluirKkkkkkk! Vocês são homens e machos acima de tudo!!!rsrsrsr
ResponderExcluirPois é verdade nós mulheres que dizem sermos do sexo frágil e de frágil não temos nada!! Aguentamos coisas muiiiiito pior, como disse o nosso anônimo (a), e ainda pra completar Deus com toda sua sabedoria nos deu a divina graça de gerar e carregar alguém dentro de nós! E pense é muito difícil sentir os enjoos, tonturas, os chutes do bebê e além de tudo isso a DOR DO PARTO!! que muitas pra não sentir optam em uma cirurgia, porém o pós cirúrgico só mesmo Deus na causaaaa!! rsrsrsr
Parabéns Volney, como sempre extraordinário!!
ResponderExcluirMuito engraçado o texto, parabéns! Ainda não passei por essa situação, graças a Deus.... Lembrei de um amigo meu, que me recomendou usar um desses massageadores de próstata (http://www.aneros.com.br), pra ir me acostumando...
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